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HISTÓRIA

  A Guerra Farroupilha ocorreu na província de São Pedro do Rio Grande do Sul e durou dez anos (1835/1845). Tinha um caráter republicano por se tratar do descontentamento dos poderosos locais, os estancieiro e charqueadores, chamados pejorativamente de Farrapos pelo exército do Império. Os Farrapos reclamavam da falta de autonomia política da província com a centralização do poder, pois assim não se tinha nenhum  reconhecimento político para eles. A guerra teve como estopim o aumento exagerado das taxas cobradas para produção do charque e da taxa de importação do sal, dando incentivo à importação de charque,  o que afetou os criadores de gado, levando-os a revolução.

  Para essa guerra foram convocados muitos escravos com a promessa de liberdade ao fim da guerra, porém os seus senhores não tinham a intenção de acabar com a escravidão.

  De olho na alforria, alguns negros fugiram das propriedades onde eram mantidos escravos para aderir à luta. Outros foram cedidos por senhores de terra que apoiavam a revolução. Já senhores contrários ao movimento podiam ter seus escravos capturados à força, como aconteceu nas charqueadas de Pelotas.

   Em 20 de setembro de 1835 a capital foi tomada pelos rebeldes comandados por Bento Gonçalves.

  E, depois de muitas batalhas com vitórias farroupilhas, no dia 11 de setembro de 1836 é declarada República Rio-Grandense,  que é  derrubada após um ano junto a prisão de Bento Gonçalves. Mas Bento foge em 1837 da Bahia, para onde foi levado, e volta aos combates.

  Com a união a Davi Canabarro e Giuseppe Garibalde, Bento invade Laguna e, em 1839, é proclamada a República Juliana.

  Buscando retormar o poder ao Sul o Império, em 1842, nomeia Luiz Alves o Duque de Caxias com objetivo de finalizar a guerra.

  No entanto, ainda em 1844, ocorre uma emboscada aos lanceiros negros, ajudantes dos rebeldes, conhecida como a surpresa de Porongos. E após um ano, cansados da guerra, Duque de Caxias propõem um acordo entre o Império e os Farrapos dando fim a guerra e a República volta a ser província do Brasil.

 

  O Massacre de Porongos aconteceu pela ambição dos estancieiros, o governo imperial ofereceu cargos a eles, levando ao fim da guerra.  O episódio de Porongos foi à traição dentro das forças republicanas, para eliminar o grupo de Lanceiros Negros. Os negros que foram traídos e capturados após o massacre foram distribuídos  entre a coroa e os estancieiros.

  Historiadores cogitam que a matança teria sido combinada entre David Canabarro, o principal General farrapo, e Duque de Caxias, representante imperial, para exterminar os integrantes, que poderiam formar bandos após o término da guerra e forçarem a assinatura da Paz de Ponche Verde. Em um acordo  decidiram destruir parte do exército de Canabarro, exatamente seus contingentes negros, numa batalha pré-arranjada, conhecida como a Surpresa de Porongos.

  A questão da abolição da escravatura, uma das condições exigidas pelos farroupilhas para a paz, atrapalhava as negociações. A libertação definitiva dos ex-escravos combatentes precipitaria um movimento abolicionista no resto do império, e a mão de obra escrava vinha mantendo a produção agrícola desde os tempos coloniais. Os Lanceiros Negros teriam sido previamente desarmados por Canabarro e separados do resto das tropas, sendo atacados de surpresa e dizimados pelas tropas imperiais comandadas pelo Coronel Francisco Pedro de Abreu, conhecido como Moringue.

  Outros historiadores acreditam que a batalha de Porongos, foi um ataque sofrido pelo general David Canabarro – e não armado por ele em conjunto com o imperialista Caxias.

  Independente de ser surpresa ou traição, de alguma maneira os negros farrapos foram separados do resto da tropa. Isolados e portando apenas armas brancas, os Lanceiros Negros resistiram bravamente antes de serem liquidados. O combate de Porongos, onde oitenta de cem mortos foram negros, abriram caminho para a Paz de Ponche Verde alguns meses depois. “Tombam os Lanceiros Negros de Teixeira, brigando um contra vinte, num esforço incomparável de heroísmo", segundo Cláudio Moreira Bento. O desastre dos Porongos levou Canabarro ao tribunal militar farroupilha.         Com a paz o trâmite continuou na justiça militar do Império. O General Manuel Luís Osório, futuro comandante das tropas brasileiras na batalha de Tuiuti (durante a Guerra do Paraguai) fez com que o processo fosse arquivado sem ter sido concluído, em 1866.

  Em 28 de novembro de 1844, Teixeira Nunes e remanescentes de seu legendário Corpo de Lanceiros Negros travaram o último combate da Revolução em terras do Rio Grande do Sul. A morte de Teixeira Nunes foi assim comunicada pelo então barão de Caxias, em ofício: "Posso assegurar a Vossa Excelência que o Coronel Teixeira Nunes foi abatido no campo de combate, deixando o campo, por espaço de duas léguas, juncando de cadáveres". Eram seguramente cadáveres de Lanceiros Negros. Teixeira Nunes foi um dos maiores lanceiros de seu tempo, e como uma ironia do destino teria caído, mortalmente ferido por uma lança.

Autores: Ísis Corrêa, Lara Eifert, Lucas Aurélio,  Nicole Viergas,Thielly Fiss e Vitória Cardoso.

Colégio Pastor Dohms- Unidade Zona Sul

Porto Alegre

Rio Grande do Sul

Brasil

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